A vida é um mistério, o que somos nós na imensidão?
Pontos de luz e esperança?
Ou almas entregues a solidão?
Escolhemos nosso futuro ainda quando criança?
Ou somos levados pelo vento à imensidão?"

De fato a vida é um mistério, não sabemos para onde vamos, estamos, ou estivemos.
Lembranças nos levam ao passado, mas será que ele realmente existiu?
Sonhos nos levam ao futuro, mas ele realmente virá?

Essa é a caixa de Pandora, constantes inquietações, sentimentos, desafios, sonhos e ao fundo a esperança.

SEJA BEM VINDO AO MEU MUNDO....

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Diário

Todos os dias acordamos
Com a sensação da partida
E com a alegria da chegada.
Todos os dias oramos
Contra o mal que não existe
E pelo perdão que não nos é dado.
Todos os dias choramos
Pela tristeza que não sentimos
E pela alegria que não temos.
Todos os dias amamos
As pessoas que não conhecemos
E as pessoas de que não lembramos.
Todos os dias cantamos
Pela alegria ausente
E pela sensação de não sentir.
Todos os dias esperamos
O novo dia que virá
E o passado retornar.
Todos os dias dormimos
Com a sensação de que vivemos
Mais um dia em vão.
E assim segue a vida
Como a vã luta pela paz
De uma continua guerra
Que só dentro de nós existe.
Loucura, insanidade?
Basta abrir as janelas das casas
Pra se ver que nada é real,
Pra sentir que nada é seu,
E mesmo assim guardar dentro de si
A sensação de ser dono do mundo.
Sonho, realidade?
Busca incessante da saída das trevas
Busca constante de si mesmo.

09/11/05.

Soneto

Sou infinito constante,
Alegria e dor.
Hora exata estanque
De ódio e amor.

Abismal incerteza de tudo que existe,
Fábula sem fim,
Eco triste
De tudo que há em mim.

Sou solidão,
Tempestade de verão,
Mistério das flores.

Sou multidão,
Universo de sonhos,
De seres e cores.

18/10/05

Dúvida

Me explica quais são
As cores certas da vida,
Ou a altura do abismo?
Qual o sentido da existência
Ou a razão dos sentimentos?
O peso da alma
Ou o caminho para a felicidade?
Porém tão grande quanto minhas dúvidas,
Seja talvez o espanto perante as coisas
Sempre a mudar,
E num equilíbrio perfeito
Manter-se inatas à sua própria existência.
Não tenho o poder de julgar as coisas
Porém creio
Que a escuridão da vida
É uma luz tão clara
Que nos cega os olhos
Seja pela ignorância de nosso ego
Ou pela fragilidade de nosso espírito.

08/10/05

Confissão


Minha alma se dilacerou
No momento em que decidi dobrar os joelhos
Pra um infinito constante
Do que seria Deus.
E ao retornar a mim
Como num lapso de dor
Senti extrair-me a liberdade
E lançada ao calabouço
Sem poder ver o mar
Tentei fugir e
Lançar-me ao abismo
Na esperança de poder voar.


08/10/05

Espera

Espero o tempo passar
Na incerteza exata das horas,
Mas ainda assim espero.
Espero a chuva cair
Sob o calor intenso de uma manhã gélida,
Mas ainda assim espero.
Espero a dor passar
Nos momentos de maior felicidade,
Mas ainda assim espero.
Espero a bondade surgir
Na mais sangrenta das guerras,
Mas ainda assim espero.
Espero a hora certa pra nascer
Na incerteza do momento certo,
Mas ainda assim espero.
Espero que me entenda
Embora não saiba o que sinto,
Mas ainda assim espero.


08/10/05.

Perfil

Sou a sombra que vaga pelo escuro
A procurar um reflexo de Deus
Ou as cores de uma primavera fria.
Sou o tempo que escapa pelos vãos dos dedos
Sem hora certa de partida
Ou momento certo de chegada.
Sou a incerteza eterna e calada
De tudo que existe e o nada.
Sou a rosa que murcha
Na incerteza do amanhã
E na ausência do que sou hoje
Sou tudo e nada,
A hora calada
De um instante infinito
Que na beira do abismo
Se contenta em ver a liberdade,
E estando presa a matéria
Me contento coma a saudade
Do que fui, do que sou,
Ou do que você quer que eu seja.


08/10/05

Passagem das horas

A madrugada solitária e fria
Já abriga meu coração,
Parto, com a mais triste agonia,
Parto com a solidão.
Já sinto o vento gelar-me a face,
Já sinto o tempo pesar-me o corpo.
Tenho por bagagem as lembranças
Tenho por ruína as esperanças.
Parto, sem risos nem lágrimas,
Tal como a expressão calma de quem dorme,
Tal como do rio as águas
A contentar-se com seu destino e sorte,
Ou falta dela, ou quem sabe?
A madrugada é longa,
Mas quero que num instante isso acabe.
Assim como não é vista na escuridão a sombra,
Parto, prematuramente e sem rancor.
Não sei o que você sente,
Se é alegria ou dor.
Mas ainda assim vou
Adeus, pra nunca mais,
Parto, e não volto atrás.

06/10/05

Anjo Caído

No olhar um deserto, sepultura,
Ruína de um castelo ancestral,
Sombra que vaga pela noite escura,
A procura do bem ou do mal.
Anjo caído na terra, de trevas transpassado
,Carrega nas asas o sonho dilacerado
De tudo o que antes havia e ao nada se entrega.
Mas o tempo onipresente nega
O que o futuro já não trará.
Luto constante da frivolidade humana
Que torna a alma insana,
De tudo que um dia será.

Vida

Ilusão ecoante no subconsciente,
Sutilezas fantasmais da realidade ausente,
Companheira da sofreguidão insana,
Sinfonia do silêncio na fragilidade humana.
Devaneio daqueles que procuram a saída
Para o caminho que ainda não trilharam,
Infelicidade onipresente na partida
Para o destino que jamais sonharam.
Eis a nostalgia da vida,
A eterna mudança que virá,
Do que é constante despedida,
Passado que jamais retornará.
Tateia-se na escuridão as lágrimas
E nas pontas dos dedos a felicidade,
Constante virar de páginas
De um livro cheio de ambigüidade.
Mas é suave o infinito,
Eterna alma que perambula na escuridão
Autora a interprete do continuo rito,
Feitiço de lirismo e maldição.
Quimérica aquarela que sobre a tela se pinta,
Mas é sangue e não tinta,
Que o pincel nas pontas carrega.
Adaga que à fúria se entrega,
Evanescente ilusão na alma guardada,
Estremece ainda mais o pranto
Daqueles cobertos pelo manto
Do tudo que se resume a nada.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Os motivos que me trouxeram aqui



Ainda quando adolescente fiz da poesia minha escapatória da realidade, ou talvez a forma de encontar o meu mundo.
Embora ele não fosse perfeito tranquilizava-me o fato de saber que tinha em minhas mãos o poder de moldá-lo, caneta e folha de papel, tudo o que eu precisava.
E acreditem embora tivesse esse poder não quiz fazer dele um mundo perfeito, enfadava-me a idéia de sorrisos contantes, da paz de espirito eterna, dos amores correspondidos, o céu azul e tudo o que a sociedade julgava correto.
Entreguei-me então ao caos, a dúvida e ao obscuro, forma de arte muitas vezes não entendida pelos meus pais, palavras muitas vezes não entendidas por pessoas a minha volta.

Mas sempre há aqueles que lhe entendem, ou simplesmente sentem a curiosidade de saber o que há no fundo das palavras...
Porém ultimamente dediquei-me mais a realidade que a meu mundo, senti-me perdida de mim, e por isso decidi retornar, agora com palavras dirigidas ao mundo...
Criei esse Blog enfruenciada pela minha grande amiga, e por que não irmã, Joyce Cillo, "piradaça", rs, mas que tenho o mais profundo apreço, espero que gostem.